Faltavam apenas alguns dias para o baile, e Thomas precisava de um traje novo. O antigo era velho demais e não lhe servia mais. Como o tempo passa!
Escolher roupas foi sempre uma missão penosa para o rapaz. Os novos estilos não agradavam seu gosto tradicional, conservador. Onde estavam as camisas simples e listradas, e as cintas de couro?
Em dado momento, já sem esperanças, encontrou um modelo de camisa que lhe agradou. Não sendo tão moderno, nem tão ultrapassado, passou por suas exigências, sem tantos problemas.
O tamanho era ideal, confortável. Entretanto, algo o incomodava. Cores, tão complicadas, por quê? O azul e o rosa eram de muito bom gosto, caíam bem. Porém, além do preço das peças, o controle soberano para não ceder às vontades impedia que Thomas comprasse as duas. Controle soberano... até demais.
Aquela situação desconfortável de indecisão era desgastante e provocava raiva. Sentia-se arrependido de ter-se submetido àquilo. Ainda assim, era necessário fazer a escolha.
O medo de arrepender-se sobrepujava tudo.
Azul ou rosa? As cores não mais importavam muito naquele momento, por mais que fossem o “X” da questão. O temor da escolha durou alguns minutos. Opiniões diferentes foram dadas ao rapaz, na tentativa de retirá-lo daquele martírio autoinfligido.
Esperou mais um dia para chegar à sua decisão. Thomas ouviu falas diferentes, gostos diferentes. Talvez, fora imprescindível para que a fizesse. Seguindo, também, a voz de seu coração, fez a escolha.
Em situações que demandam ponderação, a contribuição de outras pessoas é valorosa, até mesmo necessária. Não obstante, a decisão é responsabilidade de quem a toma, junto de suas consequências. Toda resolução implica em uma renúncia.
Se a escolha de Thomas foi feliz? Quem sabe... Importa a ele; e a ele somente.
"Imaginação é mais importante do que conhecimento. Conhecimento é limitado. Imaginação abrange o mundo."
Albert Einstein